ATÉ AO LIMITE DA GORDURA

Para a sua saúde, é tão negativo ter uma percentagem de gordura elevada como inferior aos limites aconselhados. Não se esqueça do síndroma que surge quando as desportistas, na intenção de perder peso, deixam de ser menstruadas (amenorreia), apresentando osteoporose ou fragilidade óssea e desordens alimentares como a anorexia ou bulimia. Quando a percentagem de gordura corporal desce para valores abaixo dos limites fisiológicos (menos de 12%) produzem-se alterações hormonais e a menstruação desaparece, havendo o risco do surgimento de uma menopausa precoce. Este mecanismo de defesa dá-se de modo a evitar a gravidez em épocas de escassez dos alimentos. Quando a mãe não dispõe de gordura de reserva suficiente para alimentar um feto e manter o aleitamento a fecundação é impedida.
Nos homens, os valores abaixo de 5% são perigosos para a saúde e também devem ser controlados.
Reduzir a percentagem de gordura ao extremo está relacionado com desarranjos hormonais, alterações do comportamento, desidratação, fadiga crónica, susceptibilidade a lesões osteo-articulares, com a descida das defesas e com infecções frequentes.

Quando é que a gordura é demasiada?
Os especialistas começam a preocupar-se com a epidemia da obesidade a que estamos a assistir nos países ditos desenvolvidos. O excesso de gordura está directamente relacionado com problemas de saúde e com doenças como:

• Aumento da tensão arterial
• Aumento dos níveis de colesterol total
• Aumento do colesterol LDL (mau)
• Aumento do risco de surgimento de doenças cardiovasculares
• Aumento do risco de sofrer de diabetes
• Endurecimento arterial
• Agravamento da osteoartrite
• Surgimento de coágulos no sangue e nas veias varicosas
• Desordens gastrointestinais
• Predisposição para alguns tipos de cancro
• Diminuição do tempo de reacção
• Perda do equilíbrio e da coordenação
• Maior susceptibilidade a infecções
• Diminuição da circulação
• Atraso na cicatrização e na cura de feridas

 
A culpa dos genes

A genética é sempre uma boa desculpa para se deitar no sofá a comer que nem uma ‘lontra” e esquecer os “pneus” com que já conta. Basta deitar as culpas aos progenitores que lhe passaram os “genes da gordura”… No entanto, nem tudo se deve à herança genética. Apesar de uma grande parte da sua composição corporal ser hereditária, a sua percentagem de gordura corporaldepende mais do seu estilo de vida do que dos seus genes. E certo que há famílias que tendem a acumular mais gordura, enquanto outras são magrinhas por natureza. Também há síndromas genéticos recessivos que provocam a obesidade, mas são muito pouco frequentes. As últimas investigações analisam o efeito de algumas enzimas envolvidas no metabolismo da gordura, como a leptina ou a LPL (lipoproteína lipasa), de modo a obter-se novos medicamentos que acabem com a obesidade.

A chave parece estar na adolescência e por isso é que é muito importante evitar a obesidade nos jovens. Após os 16 anos fixa-se o número de células de gordura ou adipócitos nos tecidos, e essa quantidade mantém-se para o resto da vida, podendo até aumentar. Ao engordar-se, estas células vão inchando com gordura e aumentam de tamanho, provocando então os “pneus”. Ao emagrecer-se, elas desincham à medida que a gordura vai sendo “queimada” e perde-se centímetros; mas, infelizmente, estas células não desaparecem com a dieta ou com o exercício.
Posso alterar a minha composição corporal?

Felizmente, sim! Para aumentar ou diminuir a sua percentagem de gordura corporal, é necessário criar um equilíbrio correcto entre as calorias que consome e as que gasta, ou “queima”. O modo mais eficaz para consegui-lo é:

–  Diminuir o consumo de gordura na dieta. Não há gordura apenas nos chouriços e no queijo fundido. Ela está presente de um modo oculto nos alimentos processados. Reveja a lista de alimentos que deve eliminar ou pelo menos controlar na sua alimentação diária.
– Uma hora de exercício aeróbio, 4 a 6 vezes por semana, é a forma mais eficaz de diminuir a percentagem de gordura corporal.  A corrida, o ciclismo, o remo, o esqui de fundo, a natação, o spinning, todas as modalidades aeróbias que se pratiquem durante mais de 40 ou 60 minutos ajudam a eliminar a gordura excessiva de um modo lento mas eficaz. Após o terceiro mês o seu corpo terá mudado. E sem o efeito io-io! Não voltará a recuperar a gordura desde que mantenha o nível de actividade fisica.
– Não se esqueça de combiná-lo com meia hora, três vezes por semana, de treino de força. E necessário criar massa muscular para aumentar o seu metabolismo basal e “queimar” mais calorias e gordura cada dia. Se não é uma pessoa activa, pode começar com 15 minutos de exercício por dia e ir aumentando a intensidade gradualmente até chegar a uma hora diária.

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