Nadar em falsa atitude

Os nadadores australianos esperam alcançar melhores resultados nos Jogos Olímpicos de Londres ao treinar num túnel que simula grandes altitudes, nas piscinas de Sydney …

Os nadadores da Austrália têm um problema: faltam montanhas no país. A localidade mais alta é a estância de esqui Thredbo, a 1200 metros de altitude. Para um verdadeiro treino de altitude é necessário ultrapassar os dois mil metros. O treino tornou-se necessário para vencer os nadadores norte- americanos nos Jogos Olímpicos de 2012, em Londres.

Então, o que se pode fazer?
Agora, um túnel de simulação de alta altitude deverá melhorar as diferenças. No Olympic Park Aquatic Centre de Sydney foi criado um túnel em duas piscinas de 25 metros, aberto desde 1 de setembro. Estes tubos custaram 200 mil euros, o que, segundo as estimativas dos atletas, rapidamente ficará pago.
Os aspirantes australianos à medalha de ouro já testaram o sistema e estão entusiasmados.
“E bom ter esta possibilidade à mão de semear”, disse o especialista na disciplina de mariposa, Geoff Huegill. “O sistema não garante uma medalha de ouro”, explicou o campeão do Mundo de 100 metros de estilo livre, James Magnussen, “mas em conjunto com o meu treino, penso que estou no bom caminho”.
Os tempos dos nadadores “prometem sucesso”.
Como os nadadores, ao contrário dos ciclistas ou corredores, não podem usar máscaras de respiração

“Não garante ouro, mas em conjunto com o treino, estou no bom caminho.”

 JAMES MAGNUSSEN, 
CAMPEÃO DO MUNDO DE 100 METROS NO ESTILO LIVRE
para simular o treino de altitude e exercitar o seu desporto nas piscinas, os atletas australianos costumavam viajar para o México, ou então para a terra do ‘inimigo”, no Estado do Arizona. O engenheiro Kenneth Graham, que desenvolveu este túnel, afirma que “calculámos que três ou quatro destes centros de treino de altitude no estrangeiro ficariam tão caros como este sistema”.
No túnel reduz a quantidade de oxigénio no ar, enquanto o corpo se adapta: a respiração e a circulação fortalecem-se e o organismo produz mais glóbulos vermelhos para transportar o oxigénio para os músculos de forma mais rápida. Em conclusão, o atleta ganha resistência.
Ao mesmo tempo, o sistema pode ser utilizado durante o treino de forma incisiva, pois são evitados efeitos secundários, como a doença da altitude.
“Quando saio da piscina”, diz o nadador olímpico Andrew Abood, “regenero-me mais rapidamente do que em grandes altitudes”. A vantagem sistémica dos australianos não deverá durar muito tempo. “Há outros países com interesse em importar esta tecnologia”, diz Graham. Em 2012, o fabricante deste tubo irá exportar a tecnologia — e também para os EUA.

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