Tratamento para as varizes

Toda a mulher sabe de imediato que ainda não surgiu um tratamento eficaz para este problema que atinge muitos indivíduos: sendo por isso os tratamentos mais usados, a remoção ou laqueamento das veias afetadas. Contudo, apareceu em cena uma nova metodologia de tratamento, à base de álcool e cola especial…

Entre os 40 e os 60 anos, cerca de 35 por cento das mulheres e 17 por cento dos homens portugueses sofrem de varizes. Assim começam os relatórios médicos alarmantes, apoiados pelos fabricantes dos tratamentos existentes para solucionar este problema. Obviamente que nem todos sofrem de uma forma grave desta doença, mas parece haver uma ligação direta entre os pequenos derrames azuis e vermelhos e as varizes, assim como a necessidade de execução de uma cirurgia de perna aberta.

Os pequenos nós e vasos sanguíneos sob a pele, que ao contrário dos derrames são sinal de alarme, surgem devido ao desgaste das veias. O sangue não transportado começa a acumular-se e aumenta a pressão sobre as paredes venais já enfraquecidas. Estas continuam a alargar, as válvulas começam a deixar de fechar o fluxo e surgem as varizes”, explica Hans Seiter, diretor de um centro venal” em Estugarda, na Alemanha.
Durante décadas, o único tratamento existente era o chamado vem stripping, ou seja, a remoção cirúrgica do vaso afetado, Então, há cerca de 10 anos, surgiu o tratamento endovenoso de varizes com laser. Com ajuda de um cateter, o médico utiliza um laser na veia, que aquece as suas paredes interiores a uma temperatura de 70 ou mais graus centígrados. A veia contrai-se e é mais tarde absorvida pelo corpo, eliminado a variz associada. O transporte de sangue continua a ser feito pelas veias mais interiores e intactas.
Há tratamentos semelhantes, que usam ondas de rádio ou agentes químicos. Existe ainda o procedimento chiva, uma forma moderna de vein stripping. Neste, as veias afetadas são removidas e separadas, mas são recolocadas, o que é alegadamente melhor para os membros.
Os tratamentos médicos diferenciam-se na sua duração, na sua intensidade e pelo período de convalescença, durante o qual o paciente terá de usar meias de compressão. Quanto às taxas de sucesso existem vários dados distintos. Recentemente, uma equipa sob a direção do especialista Knuth Rass, de Homburg an der Saar, na Alemanha, comparou a terapia laser com o stripping em 400 pacientes e concluiu que ambos são ‘igualmente” eficientes, com algumas vantagens para o método mais antigo. Algumas inovações podem ser ‘mais fáceis para os médicos”, afirma Burkhard Paetz, diretor de um centro do sistema cardiovascular do Hospital da Cruz Vermelha de Bremen. Porém, o stripping continua a não ser inteiramente substituível.


O mesmo é válido para o miniquirl, método que está a ser testado em várias clínicas alemãs e que consiste na incursão de um cateter,que depois injeta na veia uma solução alcoólica que cola literalmente a veia a partir do seu interior. Porém, o método ainda tem de dar provas científicas.
O número de tratamentos contra as varizes é cada vez maior e pode confundir os pacientes, afirma ainda a comunidade científica. Os estudos internacionais comprovam que a taxa de complicações no pós-operatório das cirurgias comuns continua a ser entre 16 e 39 por cento, para além dos danos nos nervos, com os quais os pacientes terão de viver para o resto das suas vidas.
Para além da insegurança terapêutica, adiciona-se ainda o facto de ser um tabu social. Enquanto uma operação de bypass ao coração, algo que também não é raro, é discutido frequente em toda a sociedade, as varizes muitas vezes levam a piadas sobre meias de licra. Muitos médicos falam de casos de pacientes que só se dirigiram ao seu gabinete porque os seus parceiros de ténis os obrigaram a isso.
Como se fosse uma vergonha, qualquer sinal de varizes em mulheres famosas é logo motivo de artigos nas revistas sociais. Já foram escritos este tipo de matérias sobre Julia Roberts, Sarah Jessica Parker e Natalie Portman, muitos deles injustamente. Julia Roberts foi mesmo a um talk-show para o desmentir publicamente. Apenas a vencedora de um Oscar da Academia, Emma Thompson, admitiu publicamente sofrer da doença.
Porém, não se consegue evitar a vergonha da doença extremamente inestética, nem seguindo o mantra da comida mais saudável, mais desporto e menos stress. De facto, a obesidade é o maior fator de risco”, diz o Instituto Robert-Koch. O papel desempenhado pelos genes permanece ainda por esclarecer. Quanto a isto, sabe-se apenas que o estrogénio enfraquece ainda mais os tecidos em volta das veias.
As operações numa fase inicial podem salvar vidas, mesmo que o estado do paciente não pareça tão grave. Os médicos avisam que até nas fases iniciais da doença se pode desenvolver tromboses e embolias mortíferas. O melhor é procurar ajuda do médico e seguir sempre com o seu acompanhamento.

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